Caravana de Cultura e Humanização chega a Xapuri

  Rose Farias (Assessoria FEM)

Alunos, professores e equipe da caravana na visita aos espaços que contam a história do líder seringueiro Chico Mendes (Foto: Assessoria FEM)

Humanização, cultura, artes e patrimônio cultural, tudo junto numa mistura que tem como atores principais artistas, estudantes, professores, fazedores e gestores de cultura das 22 cidades acreanas. Esse é o desenho da Caravana de Cultura e Humanização, que desde 16 deste mês está na estrada, tendo percorrido três municípios acreanos.
Xapuri, a Princesinha do Acre, vivenciou o projeto no início desta semana.

Foram dois dias de oficinas ministradas por uma esquipe de gestores da Fundação de Cultura Elias Mansour e da Diretoria de Humanização da Gestão. Estudantes, professores, artistas e fazedores de cultura se inscreveram nas oficinas.


“Pelas cidades que passamos, o resultado foi bastante positivo. As pessoas têm nos recebido, e o melhor é que o aprendizado é uma troca de conhecimentos em vários aspectos, unindo cultura, humanização, arte e patrimônio cultural. Estamos muito felizes com o projeto”, ressalta Elineide Medeiros, coordenadora da caravana.

Por uma cultura de humanização

Ruan Silva filmou a visita aos espaços de memória de Xapuri (Foto: Assessoria FEM)

O público participou  ativamente da Oficina de Humanização da Gestão Pública. Ela é ministrada pelos gestores Elineide Medeiros, Aurineide Malveira e Cristian Morais. “Como funciona a Diretoria de Humanização da Gestão Pública?”, “Quais os programas e atividades que desenvolve?”, são questões tratadas na oficina. Os princípios e objetivos do Plano Estadual de Humanização - em construção - e a apresentação dos resultados da Pesquisa de Clima Organizacional também fazem parte do conteúdo.

“A ideia de trabalhar os processos de humanização nos municípios é de extrema importância. Um programa como esse que mobiliza ações nesse sentido é algo novo e nos chega com a Caravana. Nós esquecemos muitas vezes que o ser humano precisa ser ouvido, para ser mais participativo dentro da comunidade”, disse o prefeito Márcio Pereira Miranda.
“Com essa oficina, a gente percebe que é necessário promover cada vez mais uma  qualidade de vida melhor para nossa comunidade e para o servidor público”, explica a professora Maria José.

Educação patrimonial e cinema

Alunos escutam as histórias sobre Chico Mendes (Foto: Assessoria FEM)

As oficinas tiveram momentos separados com o aprendizado de seus conteúdos. O diferencial foi a participação de um grupo de alunos de cinema na oficina de educação patrimonial, dirigida pela arqueóloga Cristiane Martins. Eles foram conduzidos a produzir um breve roteiro sobre  Xapuri. Filmaram toda a visita guiada aos espaços Casa Chico Mendes, Casa do Seringueiro, Fundação Chico Mendes e no antiquário do empresário João Mendes, o popular João Garrinha, proprietário, junto com a esposa da Pousada Chapurys. Todo o material será transformado em vídeo.
João Garrinha fez questão de colocar seu melhor terno para receber os jovens estudantes. Amigo de Chico Mendes, o empresário narrou fatos sobre o líder seringueiro. “O que mais me chamou a atenção em Chico, foi sua simplicidade e gentileza para com as pessoas, algo raro no ser humano. Vocês precisam mergulhar no legado de Chico pra seguirem seu exemplo. Precisamos construir um mundo melhor”, disse. Os jovens ouviram atentos, em seguida foram convidados a visitar o antiquário.
“Eles se encantaram com as peças antigas, muitas contam histórias de famílias pioneiras que construíram a história de Xapuri. Isso é importante para toda a comunidade, pois fortalece a memória do lugar. É como unir tradição e modernidade”, comenta a arqueóloga.
“Moro aqui, mas nunca entrei nesses espaços pensando assim. E ainda filmar tudo, depois que aprendi a escrever um roteiro com a professora foi muito bom. Me sinto outro, não sei o que é isso, mas me sinto. Quero ver o vídeo pronto”, comenta o jovem Ruan Silva, 16 anos.

O que é a Caravana de Cultura e Humanização

O projeto é desenvolvido em todas as cidades acreanas. Uma ideia que pretende estimular e valorizar práticas culturais, artísticas e de humanização, além de trabalhar na construção de políticas públicas do governo do Estado. O projeto teve início em Assis Brasil, já esteve em Epitaciolândia,  Xapuri. Na sexta-feira e sábado, 26 e 27, estará em Porto Acre. Um leque de oficinas é oferecido, além da Feira de Economia Criativa. Elas abrangem conteúdos que tratam do processo organizacional, passando pelas artes até o patrimônio cultural.
A Caravana é promovida pelo do governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) e Diretoria de Humanização da Gestão Pública.