terça-feira, 24 de setembro de 2013

Manoel Urbano recebe a Caravana de Cultura e Humanização

Manoel Urbano já se chamou “Tabocal” e “Castelo” (Foto: Stael Maia/Assessoria Humanização)
Manoel Urbano já se chamou “Tabocal” e “Castelo” (Foto: Stael Maia/Assessoria Humanização)
Localizada a pouco mais de 200 km de Rio Branco, Manoel Urbano foi o 12º município a receber, nesta segunda-feira, 16, a equipe da Caravana de Cultura e Humanização, em evento promovido pelo do governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) e Diretoria de Humanização da Gestão Pública.
Já tendo sido conhecida como “Tabocal”, depois como “Castelo”, quando era propriedade dos irmãos Jacinto e Valentim Ferreira Lima, Manoel Urbano obteve sua instalação como vila em 1922, ainda pertencendo ao município de Sena Madureira, do qual se desmembrou em 1943, passando a adquirir a nomenclatura atual.

Lembranças de um povo
Joanathas Mendes, 93 anos, é Soldado da Borracha de Manoel Urbano (Foto: Stael Maia/Assessoria Humanização)
Joanathas Mendes, 93 anos, é Soldado da Borracha de Manoel Urbano (Foto: Stael Maia/Assessoria Humanização)
Durante a passagem da Caravana, sua equipe realiza o levantamento histórico das cidades, a fim de garantir a visibilidade de pessoas, bens materiais e imateriais, estabelecendo com a comunidade um canal de comunicação por meio da oficina de comunicação patrimonial.
Soldado da Borracha de 1941 a 1945, Joanathas Lima Mendes, 93 anos, conhecido como “seu Janico”, morou em Manoel Urbano a vida toda. Devoto de São Francisco das Chagas, dividiu suas horas entre o trabalho na lavoura e o corte da seringa. Hoje conta em voz baixa e em poucas palavras o que ainda tem de lembranças daquela época.
“Naquele tempo grandes embarcações passavam por aqui, trazendo mercadorias de todas as espécies, traziam até dançarinas, mas essas eu nunca vi. Havia festas também, mas dessas era mais difícil participar, o trabalho consumia bastante o nosso tempo. A cidade mudou muito e posso dizer que está bem melhor do que naquele tempo, com mais oportunidades de trabalho”, avalia.
Outro personagem emblemático da cidade é Nazaré da Conceição, 102 anos. Nascida no Seringal Bom destino e mãe de dez filhos, dona Nazaré gosta de frequentar o forró para os idosos do município, sempre bem arrumada e disposta a dançar até o fim da festa.
“Dançar é melhor do que trabalhar”, diz dona Nazaré (Foto: Stael Maia/Assessoria Humanização)
“Dançar é melhor do que trabalhar”, diz dona Nazaré (Foto: Stael Maia/Assessoria Humanização)
“Eu sempre gostei de forró, dancei muito com meu compadre Janico. As festas naquele tempo eram mais organizadas e menos violentas, a cidade era pequena e todo mundo se conhecia. Dançar é melhor do que trabalhar”, afirma.
Irineida Nobre, representante do Departamento de Patrimônio Histórico do Estado e responsável pela Oficina de Comunicação Patrimonial, destaca a importância de envolver a população na Caravana. “Nós viemos trazer e vivenciar com a comunidade o que é o patrimônio do Estado, falar como aquele município é importante para a história do mundo, por que ele existe e tem ancestralidade, todas essas ações da Caravana estão interligadas. É importante ter esse contato direto com a população, com os personagens da história”, diz Irineida.
 
Quem foi Manuel Urbano?
Amazonense nascido no Manacapuru, foi o primeiro navegador dos rios Acre, Purus e mais tarde do Juruá, a ocupação das terras acreanas por brasileiros teve início em 1861, quando Manuel Urbano da Encarnação penetrou na bacia do rio Acre, viajando por vinte dias até a nascente. Morreu aos 89 de idade.

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